sábado, 4 de fevereiro de 2012

A César o que é de César (Por Viktor Weiß)

 (Fonte: Inacreditável)

A historiografia oficial, com o mesmo espírito farisaico de outrora, continua sagazmente a induzir ao erro os ignorantes e incautos, roubando assim, tanto a verdade como a honra alheia. Portanto, mesmo que a contragosto de muitos, mas por justiça e dignidade, por que não reconhecer: “a Hitler o que é de Hitler”.

Primeira regra da espionagem: não acredite no que é oficialmente mostrado; procure o que está oculto [Viktor Suvorov. alias Vladimir Rézun, O grande culpado]

Certo dia, estava eu caminhando em direção ao trabalho quando, por acaso, encontrei um colega. Havia alguns anos este rapaz se graduara em história em uma prestigiada universidade. Como ainda era cedo, decidimos parar, beber um bom café e a conversa se alongou. O jovem me contou sobre sua dissertação na faculdade, que abordava o tema do Brasil na 2º Guerra Mundial. Até este instante, nada fora do normal. Falávamos sobre a FEB e da importância disso para Getúlio Vargas. Foi então, em determinado momento, que ele me interrogou: “Você sabe, por qual motivo, Hitler invadiu a África do norte?” – Ao que respondi – “Bem, ao que me consta, a força expedicionária alemã marcou sua presença na África para apoiar o exército italiano”. Então, replicando, o jovem historiador exclamou “Não! Hitler invadiu a África do Norte, pois queria ter uma base para a invasão da América do sul. Hitler queria dominar o mundo!” Apesar do oportuno momento para uma longa argumentação, os minutos que precediam a jornada de trabalho acabaram por falar mais alto e ambos tivemos que tomar nossos distintos rumos.

Chegando ao meu escritório, embora houvesse uma imensa quantidade de trabalho por fazer, algo insistia em roubar-me totalmente o pensamento – Por que a dificuldade das pessoas em raciocinar logicamente com fatos envolvendo a Alemanha na 2° Guerra e, principalmente, por qual motivo é tão difícil reconhecer verdades inerentes à Hitler? Antes de tentar decifrar este criptográfico enigma, vejamos brevemente as respostas aos argumentos com os quais meu velho conhecido atacou.

Por qual motivo houve o envolvimento germânico na África do Norte?

Resumidamente, as forças italianas estavam experimentando fortes revezes nas batalhas travadas contras as tropas britânicas. Havia o perigo iminente de uma conquista inglesa nesta região, o que facilitaria, em muito, uma possível invasão na Europa continental. Sendo assim, Hitler foi obrigado a desviar tropas, que eram essenciais na Rússia, e abrir uma nova frente de batalha, desta vez em outro continente.



Cavalheiros na guerra, Vigilantes na paz

Obviamente que com os excelentes resultados obtidos por Rommel, operando magistralmente seus escassos recursos, novas possibilidades pareciam surgir. Dentre estas cogitações, podemos destacar a hipótese de criação de um estado hebraico na ilha de Madagascar. A tão falada e incompreendida solução final da questão judaica na Europa.

Hitler pretendia invadir a América do Sul?

Esta questão revela um imenso analfabetismo histórico das condições reais das forças germânicas durante a segunda grande guerra e está intrinsecamente ligada ao próximo tópico.

Vejamos bem, se nem mesmo houve uma invasão da Grã-Bretanha, quanto mais ridículo poderia ser uma pressuposta invasão da América. Analisemos a distância entre a África e o Brasil. A média é de aproximadamente 2580 quilômetros. Tendo em mente o poder marítimo do 3° Reich à época, chega a ser risível tal hipótese. Ressaltemos: A Alemanha não tinha força naval suficiente para um desembarque na Inglaterra! A forte resistência que os submarinos alemães fizeram aos seus inimigos era unicamente fruto da tecnologia, do empenho, da desenvoltura e da competência do pessoal envolvido. Cogitar uma invasão a um continente, separado por milhares de quilômetros de distância, é mais uma lenda ridícula, alimentada por mentes entorpecidas por esdrúxulos documentários de TV e livrecos, e que não conseguem imaginar o esforço logístico, de material e de pessoal necessário para uma empreitada de dimensões tão gigantescas.

Ameaça de dominação mundial?

Falar de planos de dominação mundial por parte da Alemanha é, atualmente, algo risível para qualquer historiador sério. Aliás, o único estado, cujo brasão continha seu símbolo ideológico sobre todo o globo era justamente a União Soviética. [1] Isto representava a tão almejada revolução e dominação mundial. A este fato a grande mídia internacional e os meios de idiotização em massa parecem nunca terem dado grande atenção. Agora, imaginemos se fosse o contrário. Pense na histeria, se o símbolo da Alemanha Nacional Socialista fosse um globo terrestre com a suástica pairando sobre ele. Com certeza, até hoje, milhares de documentários teriam sido produzidos sobre o hipotético evento.

Muitos pseudo-intelectuais gostam de citar a invasão preventiva sobre a União Soviética como sendo uma prova cabal dos desejos megalomaníacos de dominação mundial de Hitler. Analisando-se a principal obra do líder germânico, Mein Kampf, fica clara a sua determinação na expansão para o leste europeu. Expansão que, levada a cabo desde a época das ordens teutônicas da idade média, não necessariamente seria feita ao custo da guerra. A Drang nach Osten, cercaria a frágil União Soviética, que apesar de gigante territorialmente, sobrevivia à custa do dinheiro capitalista vindo do ocidente. Isolado de sua zona de influência e sem possibilidade de anexação de novos territórios, o suposto paraíso do proletariado colapsaria. Derrotado o monstro bolchevista, diversos países retomariam sua independência. Rússia, livre, retornaria às suas velhas fronteiras e uma parte do antigo território comunista ficaria para a expansão alemã como recompensa pela libertação da praga vermelha. A guerra, provavelmente, seria a última das opções. [2]

Portanto, não cabe espaço para dúvidas, se havia ou não, um suposto plano de subjugação mundial por parte alemã. Nem mesmo brechas para especulações. Além de não haver documento algum que indique esse propósito, basta ver todas as propostas de paz feitas às nações ocidentais e a misericórdia hitlerista para com as tropas britânicas encurraladas em Dunquerque. Fato este que, o nefasto Churchill classificou, cinicamente, como um “milagre” e a hipócrita propaganda se encarregou de fazê-lo assim conhecido mundialmente.

Quae sunt Caesaris, Caesari

Que problema há de reconhecer em Hitler seus méritos? Vejamos bem, ninguém precisa admirá-lo, simpatizar com sua figura ou idolatrá-lo para dar-lhe o que é devido e admitir seus valores. [3] Não há necessidade de amá-lo para aceitar que nele havia qualidades, inúmeras delas, ausentes na ampla maioria dos outros estadistas, seja daquele período ou do atual.

A verdade não é relativa, mas sim objetiva. Ela não se transforma de acordo com o desejo de nossos olhos. A verdade histórica é constituída de fatos. Fatos estes que vão sendo descobertos diariamente. Revisados minuto após minuto. E por fim, constituem a imagem mais próxima do que foi o passado e como devemos compreendê-lo. Se não fosse assim, qualquer lunático poderia dizer que algo aconteceu, apenas porque, em sua alucinada mente, o imaginou. É por isso que se pode concluir, objetivamente, que nunca houve um plano de invasão das Américas e, tão pouco do mundo, por parte da Alemanha! Isto é um fato. E contra fatos não prevalecem sofismas ou especulações baratas.

A relutância em aceitar a objetividade da realidade, neste caso, os méritos de Hitler, é própria dos invejosos e hipócritas. Esta classe de indivíduos se faz presente desde os tempos antigos. Foram os Fariseus que, tentando induzir Cristo ao erro, indagaram “É lícito ou não pagar o imposto a César?” Ao que Jesus sabiamente respondeu “Pois dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. [4]

A César o que é de César

Hoje, são muitos os que, com o mesmo espírito farisaico, continuam a sagazmente perguntar “Sabe por que Hitler invadiu a França, a Polônia, a URSS ou a África do Norte?” Buscam induzir ao erro os ignorantes e incautos, roubando assim, tanto a verdade como a honra alheia. Portanto, mesmo que a contragosto de muitos, mas por justiça e dignidade, por que não reconhecer que se “dê a Hitler o que é de Hitler?”


[1] O emblema de estado da União Soviética pode ser encontrado na Wikipédia http://en.wikipedia.org/wiki/State_Emblem_of_the_Soviet_Union. Este fato também pode ser visto na aula do Sr. Viktor Suvorov no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=I7zVLfjWzmE
[2] Bochaca, Joaquin. Los Crímenes de los Buenos. Ver os capítulos REMILITARIZACION DE RENANIA e EL GIRO COPERNICANO DE LA CITY Y LA DRANG NACH OSTEN.
[3] Artigo: Afinal, quem foi Adolf Hitler? no site Inacreditável: http://inacreditavel.com.br/wp/afinal-quem-foi-adolf-hitler/
[4] Evangelho segundo Marcos, cap. 12, 13-17.

Nenhum comentário:

Postar um comentário